Andreia é gaúcha, natural de Garibaldi (RS) e formada em Administração com ênfase em Comércio Exterior pela UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Iniciou a sua carreira no setor na Cerâmica De Lucca, em setembro de 1998, no departamento de exportação, como assistente para o mercado norte americano.
Durante o trabalho na fábrica, se interessou em aprender sobre o processo produtivo e o desenvolvimento de produtos cerâmicos, sendo muito criteriosa e exigente com a qualidade dos produtos para liberação e envio aos clientes, preocupada com excelência do atendimento.
Dois anos depois, quando recebeu uma proposta de promoção para tornar-se “trader”, também para o mercado americano, Andreia se viu dividida entre a preocupação com os cuidados dos dois filhos pequenos – de 6 e 3 anos na época – e a vontade de tornar-se vendedora internacional e aproveitar a oportunidade, que vinha acompanhada de demanda por constantes viagens internacionais.
Ela reconhece que a rede de apoio familiar foi essencial para aceitar a nova posição. Seu esposo, sua mãe e sua sogra assumiram papéis cruciais de cuidado com as crianças e com a casa para que ela pudesse estar ausente nas constantes viagens internacionais à trabalho. Andreia conta que os medos começaram a surgir na véspera da sua primeira viagem e ela recebeu um conselho valioso de um dos gestores da empresa:
“Coloca todos os seus medos dentro de um quartinho, fecha a porta, tranca e vai. Quando você voltar, você abre a porta do quartinho novamente para ver quais medos sobraram vivos.” E assim ela fez, embarcou na primeira viagem de vendas para a costa leste dos Estados Unidos.
Nessa primeira viagem, vendeu cem mil metros quadrados (100.000m²) de cerâmicas. Hoje, esse é um número impressionante para uma empresa daquele tamanho e, em 1999, também era! Ela ficou conhecida na fábrica como “a mulher dos cem mil metros”. Ao abrir a porta do quartinho, Andréia viu que muitos dos seus medos não existiam mais.
Trabalhou na Cerâmica De Lucca por oito anos, até o encerramento das atividades da empresa, em abril de 2006. Em menos de 40 dias depois, em junho, iniciou sua jornada na Angelgres, onde atua até hoje.
Na Cerâmica Angelgres, seus mercados se ampliaram como vendedora internacional. Agora, ela não era responsável somente pelas vendas aos mercados dos Estados Unidos e Canadá, mas atendia todos os mercados internacionais. A empresa estava em uma fase de plena expansão de vendas internacionais e abertura de novos mercados, com muito incentivo da alta direção.
Pouco depois da mudança, recebeu uma nova proposta de promoção, agora para gerenciar o departamento de exportação. Andreia participou dos processos de contratação de equipe e da estruturação do departamento.
Sua rotina atual ainda engloba viagens constantes, mas ela conta que apesar de ser extenuante estar fora de casa com tanta frequência (para a rotina de exercícios, alimentação, relações pessoais), gosta muito da ausência de monotonia no dia a dia. Além disso, se manter próximo e em contato com os clientes é essencial para o sucesso de seu relacionamento com cada um e, consequentemente, das exportações da empresa.
“Quando eu volto de uma viagem, já estou pensando na próxima. O avião está descendo na pista de pouso e eu já estou pensando quem são os clientes que eu visitarei na próxima viagem”, ressalta.
Atualmente, cerca de 50% da produção da Angelgres é exportada, e a Andréia faz a gestão de vendas aos clientes de língua inglesa e alguns mercados de língua espanhola. Ela comenta que quando entrou na empresa De Lucca, todos os funcionários do departamento de exportação eram homens e ela foi a primeira mulher no setor. Hoje, o cenário é bem diferente, já que 70% da equipe interna do departamento de exportação da Angelgres é composta por mulheres.