Energia do campo para os fornos: Revista Dinheiro Rural traz matéria sobre o Biometano no Setor Cerâmico
Em entrevista à Revista Dinheiro Rural, Benjamin Ferreira Neto, atual vice-presidente do Conselho de Administração da Anfacer, destacou os indicadores sobre a projeção da implementação do biometano na indústria cerâmica. A matéria traz também um panorama do setor e como essa transição energética poderá abrir portas para o Brasil no Exterior.
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Biometano no Setor Cerâmico
Proveniente do biogás, o biometano é uma energia renovável produzida a partir da decomposição de resíduos orgânicos derivados da cana de açúcar.
O projeto-piloto do Biometano no Setor Cerâmico contemplará, inicialmente, dez plantas consumidoras do polo fabril localizado no entorno de Santa Gertrudes, no interior do Estado de São Paulo.
A previsão de funcionamento operacional desta nova configuração da matriz energética é início de 2025. A princípio, o uso deverá chegar à proporção de 5% do consumo energético das indústrias participantes. Até 2030, a expectativa é de que o volume alcance 50% do consumo do setor em São Paulo, o equivalente a aproximadamente um milhão de metros cúbicos por dia.
À medida que for sendo ampliada a oferta desse combustível processado a partir de resíduos orgânicos das usinas de açúcar e álcool, o uso do biometano será implementado nacionalmente no setor, também nos polos de Santa Catarina e Nordeste, na cadeia e até em outros ramos de atividade, que poderão aderir à jornada de substituição energética.
O projeto é pioneiro no país, por meio da associação de dois APLs (Arranjo Produtivo Local): setor cerâmico e o sucroenergético.
Biometano: Energia limpa e disponível
O biometano é uma tecnologia de ponta já existente e altamente sustentável, com enorme potencial de oferta e insumos disponíveis, inclusive nas entressafras da cana. Esse gás promove a economia verde, em conformidade com os padrões internacionais discutidos na COP 27:diminuição das emissões de dióxido de carbono na atmosfera; gestão inteligente de resíduos orgânicos; produção local, reduzindo grandes extensões de construção de linhas de gasodutos; melhoria da qualidade da vida, por reduzir o lançamento de metano na atmosfera; e contribuição para conter as mudanças climáticas.
A utilização do biometano ampliará o caráter sustentável da produção do setor cerâmico, contribuindo para seu fortalecimento e impulsionamento do processo de reindustrialização do Brasil baseado na economia circular. Com matriz energética de menor impacto ambiental, essa indústria nacional será a mais verde/sustentável do mundo. O aumento do valor agregado da sustentabilidade dos produtos será mais um diferencial para potencializar as exportações.